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quinta-feira, 17 de abril de 2014
Livro sobre o tetra cita arrependimento de Raí e piada de Bussunda com meia
Logo mais em julho o futebol brasileiro vai comemorar os 20 anos da conquista do tetracampeonato mundial, nos Estados Unidos. Parece até que foi outro dia desses, mas um livro que acaba de ser lançado no país refresca a memória com detalhes pouco conhecidos sobre o triunfo da seleção de Romário, mudando a percepção sobre a façanha de 1994.
"É Tetra – A conquista que ajudou a mudar o Brasil" foi lançado na última segunda-feira, no Rio de Janeiro. A obra de autoria de Michel Costa e André Rocha (editora Via Escrita) traz detalhes saborosos da caminhada até o quarto título mundial, da classificação dramática nas eliminatórias até a glória nos pênaltis contra a Itália. Ainda pontua a história com acontecimentos importantes daquele ano, como a morte de Ayrton Senna e a criação do Plano Real.
O livro conta com prefácio de Mauro Beting, comentarista do Fox Sports, orelha de Lédio Carmona, do Sportv, e finalmente quarta capa assinada pelo jornalista Paulo Vinícius Coelho, da ESPN Brasil.
O leitor de "É Tetra" conhecerá com detalhes, por exemplo, que a ideia da entrada em campo de mãos dadas saiu da cabeça do zagueiro Ricardo Rocha, inspirado no Santa Cruz da década de 80.
Confira abaixo outros trechos selecionados do livro, pontuados por alguns comentários do autor Michel Costa, em entrevista ao UOL Esporte:
O que o tetra deve ao frango de Taffarel em La Paz?
Nos últimos minutos, a seleção segurava um valioso 0 a 0 contra a Bolívia, jogando nas temidas condições de altitude, com escassez de ar. Com um pênalti contra, Taffarel salvou o time com uma grande defesa. Mas, praticamente no lance seguinte, tomou um frango vexatório, debaixo das pernas, empurrando a bola contra a própria meta [nos acréscimos o Brasil levou mais um].
Ali, em julho de 1993, a primeira derrota na história da seleção em eliminatórias da Copa deixava o time de Parreira em situação delicada, correndo sério risco de ficar fora do Mundial dos EUA. E foi neste momento que algo mudou na cabeça de Parreira.
O treinador deixou o esquema com apenas um volante para trás, e Mauro Silva enfim ganhava um companheiro na proteção da cabeça de área. Nascia uma histórica parceria com Dunga.
"O jogador não costuma ter muita preferência por esquema. Ele quer ganhar e sabe que qualquer esquema precisa ser sustentado por resultados. A mudança se consolidou após a derrota para a Bolívia em La Paz. Foi um momento de inflexão do Parreira e daquela seleção. A partir daí o Dunga virou titular e a coisa começou a fluir", relata Mauro Silva no livro.
Comentário do autor: "Aquela foi a primeira derrota do Brasil nas eliminatórias. Naquela época, as eliminatórias sul-americanas eram disputadas em dois grupos, o Brasil não pegava a Argentina, por exemplo. Mas despontaram, como a própria Bolívia, que fez uma grande campanha e se classificou. O Brasil perdeu daquela maneira, com o Taffarel defendendo um pênalti e tomando um frango depois. Ali o Parreira percebeu que o sistema defensivo não estava seguro como ele queria. Ele tinha experimentado antes, Dunga e Mauro Silva juntos, num amistoso contra o Milan. E a dupla correspondeu. Então teve a ideia de efetivar seus volantes."
Raí se arrepende de uma decisão antes da Copa
O famoso camisa 10 do São Paulo foi desde o início o símbolo da era Parreira, mas chegou na Copa em descendente. Após alguns jogos como titular, acabou perdendo a posição para o volante Mazinho. No livro, o meia admite que uma decisão na chegada ao PSG na metade de 1993 influenciou nessa queda física e técnica.
"Quando cheguei, fiz uma boa estreia. Mas depois caí. Estava cansado mesmo. O técnico Arthur Jorge me chamou e ofereceu dez dias para que eu descansasse e me recondicionasse. Talvez por orgulho, para mostrar que eu estava bem e disposto, recusei. Hoje reconheço que foi um erro. Infelizmente foi um momento de baixa na hora errada. Saindo para a Europa e com uma Copa do Mundo para disputar", diz Raí em depoimento no livro.
Comentário do autor: "Depois de todo aquele período vencedor no São Paulo, ganhando a segunda Libertadores, ele foi para a Europa sem férias. Emendou e não fez boa temporada no PSG. Chegou em baixa na seleção. O Parreira queria um meia na direita, aberto, que achasse o lado. O Raí atuava mais centralizado desde o São Paulo, com uma boa chegada na frente. Mas não fazia esse corredor com o Jorginho. Juntando isso com a fase, foi a senha para a saída do time."
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