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quinta-feira, 23 de outubro de 2014
MP-RS intima Aranha e denúncia sobre atos racistas depende de representação L
O Ministério Público do Rio Grande do Sul não conseguiu, ainda, formalizar denúncia contra os quatro torcedores do Grêmio identificados em atos de injúria racial contra o goleiro Aranha, do Santos, no dia 28 de agosto. O camisa 1 santista não fez a representação formal contra eles na ocasião, e agora foi intimado pelo MP para decidir se quer ou não dar andamento ao caso.
O Santos vencia o Grêmio por 2 a 0, na Arena, em jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. Irritados, os torcedores do Grêmio localizados atrás da meta defendida por Aranha, começaram a proferir xingamentos racistas. O jogador avisou o árbitro, o jogo ficou parado por alguns instantes, e o caso tomou maior proporção por conta das imagens de transmissão de TV, que flagraram tais palavras.
Patrícia Moreira, de 23 anos, foi o principal alvo. Apareceu claramente chamando, aos gritos, o camisa 1 do time paulista de 'macaco'. Além dela, outros três torcedores foram identificados pela polícia e indiciados no inquérito entregue ao Ministério Público do Rio Grande do Sul através da Promotoria do Torcedor. Mais quatro torcedores, ainda não identificados, seguem sob investigação policial.
Aranha, na ocasião, prestou depoimento mas não fez a representação formal pois não conseguiu identificar os torcedores. Agora, terá que fazer isso se realmente quer que o caso tenha sequência.
"No caso de injúria racial, a denúncia só pode acontecer quando a vítima presta esta representação. Por isso, o Aranha precisa fazer isso ou não. Mandamos uma intimação para ele na última quinta-feira para que responda se quer ou não dar sequência ao caso", disse o Promotor José Seabra Mendes Júnior, que responde pela pasta no MP, a UOL Esporte.
O prazo legal para a representação é de seis meses. Porém, a ideia é que Aranha responda imediatamente. Não é necessário que ele esteja presente, a representação pode ser feita por escrito e enviada ao MP.
A partir da representação é que a denúncia poderá ser feita e os indiciados no inquérito responderão pelos atos de injúria racial. O crime prevê pena de um a três anos de detenção, mas cabe pagamento de fiança.
Grêmio fora da Copa do Brasil
Por conta dos atos de seus torcedores, o Grêmio foi excluído da Copa do Brasil em primeira instância, no STJD. Entretanto, recorreu da punição e teve pena alterada de exclusão para perda de pontos. Mas na prática acabou tendo o mesmo resultado e como havia perdido o primeiro jogo, sequer houve a realização do segundo e o Santos seguiu na competição.
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