Pesquisar este blog

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Corinthians ganha Recopa e fecha ciclo de conquistas afundando São Paulo

Para quem venceu um Brasileiro, uma Libertadores e um Mundial de Clubes em sequência, a Recopa Sul-Americana pode não encher os olhos. Não para o corintiano, não nesta quarta-feira. Com um 2 a 0 convincente, o time de Tite conquistou o torneio diante de um Pacaembu lotado e fechou um ciclo de conquistas afundando o rival São Paulo, que chega a nove jogos sem vencer em uma crise histórica. No Morumbi, a diretoria está em xeque, Paulo Autuori causa certa desconfiança na torcida, o elenco não esconde algumas rachaduras e nem o alçapão de sempre funciona. As quatro derrotas seguidas em casa configuram um recorde negativo na história do São Paulo, que piora ainda mais sua temporada ao cair diante do maior rival. Veja Álbum de fotos O Corinthians, nesse contexto, só ganha. A queda precoce na Libertadores, o começo trôpego no Brasileiro e o mau rendimento são praticamente esquecidos quando a equipe se apresenta tão superior a um rival e sai de campo dando a volta olímpica. Tite, ídolo da torcida, fica ainda mais incontestável aos olhos da torcida, que agora espera que a taça sirva de combustível para o resto da temporada. Se repetir o que fez na noite desta quarta no Pacaembu, a equipe tem grandes chances de alcançar seu objetivo. O 2 a 1 do jogo de ida praticamente não pesou para os donos da casa. Alheio à vantagem, o Corinthians fez uma verdadeira blitz no primeiro tempo, pressionando a saída de bola do São Paulo e encurralando Lúcio e Rafael Toloi em sua área. Guerrero e Ralf se destacaram pelos desarmes no ataque, Romarinho chegou a aparecer na cara de Rogério e Danilo distribuiu passes de calcanhar, mas quem se destacou mesmo foi Emerson Sheik. A providencial renovação de contrato, a pouco mais de 24 horas da decisão, parece ter feito muito bem ao atacante. Com liberdade, o atacante infernizou Douglas e Lúcio, irritou Rodrigo Caio e foi o grande armador do Corinthians, mesmo quando o time diminuiu o ritmo, a partir dos 20 minutos. Foi ele quem, aos 36 minutos, apareceu na grande área e cruzou rasteiro para Guerrero. O peruano dominou de costas, girou em Lúcio e a bola sobrou para Romarinho que, iluminado, só teve o trabalho de tocar para as redes e abrir o placar. A festa do camisa 17 foi o alívio contido da torcida, que nos últimos jogos acostumou-se a ver gols perdidos e o castigo rival no contra-ataque. Se para os corintianos o roteiro mudou, o são-paulino viu o mesmo filme mais uma vez. Recuado, o São Paulo foi surpreendido várias vezes pela marcação ofensiva do Corinthians, em lances que denotavam a tal “falta de comprometimento” que a torcida tanto tem reclamado. Sem Jadson, machucado, o time tricolor entrou em campo três volantes e com Ganso na armação, mas não criou praticamente nada. Acuado, mais uma vez recorreu à violência, expediente usado com frequência no Campeonato Brasileiro, por exemplo, torneio em que o time é campeão de cartões amarelos e vermelhos. Na noite desta quarta, Paulo César de Oliveira perdoou algumas das entradas mais duras e até foi lembrado pela torcida por isso, mas quem resolveu o jogo foi mesmo o São Paulo. Com o 1 a 0 contra si, Paulo Autuori resolveu partir para o ataque com Aloísio na vaga de Wellington. Não deu certo. Sem brilhar, o São Paulo ficou preso na marcação alvinegra e abriu espaços em sua defesa. Fábio Santos, aos 20 minutos, só não fez o segundo porque não quis, ao tentar um chute de frente para Rogério Ceni quando tinha Guerrero completamente livre ao seu lado. O susto não acordou o São Paulo. Juan, em mais uma noite ruim, passou a sofrer com Romarinho. O Corinthians, especialmente com Guerrero e Emerson, aproveitou a superioridade para tirar uma casquinha do rival, sempre com um drible a mais ou um toque de efeito. Foi a seriedade de Danilo, porém, que deu números finais ao jogo. Aos 24 minutos, um cruzamento da esquerda encontrou o meia bem posicionado para cabecear para o gol de Rogério, que encostou na bola e mandou na trave. Na sobra, o camisa 20 não perdoou. O apito final foi a coroação de uma noite de nostalgia para a torcida corintiana. Depois de meses desconfiando da sua equipe, as arquibancadas do Pacaembu viram novamente o time consciente e perigoso dos melhores momentos de 2012. A presença de Paulinho, herói das recentes conquistas só aumentou o clima positivo, que teve olé, provocação e exaltação aos campeões em campo. Os próximos meses dirão se foi só um jogo para recordar ou uma mudança, de fato, no espírito da equipe atual, renovada em relação a 2012. Certeza só a de que a noite, para os são-paulinos, foi para se esquecer.

Corinthians ganha Recopa e fecha ciclo de conquistas afundando São Paulo

Para quem venceu um Brasileiro, uma Libertadores e um Mundial de Clubes em sequência, a Recopa Sul-Americana pode não encher os olhos. Não para o corintiano, não nesta quarta-feira. Com um 2 a 0 convincente, o time de Tite conquistou o torneio diante de um Pacaembu lotado e fechou um ciclo de conquistas afundando o rival São Paulo, que chega a nove jogos sem vencer em uma crise histórica. No Morumbi, a diretoria está em xeque, Paulo Autuori causa certa desconfiança na torcida, o elenco não esconde algumas rachaduras e nem o alçapão de sempre funciona. As quatro derrotas seguidas em casa configuram um recorde negativo na história do São Paulo, que piora ainda mais sua temporada ao cair diante do maior rival. Veja Álbum de fotos O Corinthians, nesse contexto, só ganha. A queda precoce na Libertadores, o começo trôpego no Brasileiro e o mau rendimento são praticamente esquecidos quando a equipe se apresenta tão superior a um rival e sai de campo dando a volta olímpica. Tite, ídolo da torcida, fica ainda mais incontestável aos olhos da torcida, que agora espera que a taça sirva de combustível para o resto da temporada. Se repetir o que fez na noite desta quarta no Pacaembu, a equipe tem grandes chances de alcançar seu objetivo. O 2 a 1 do jogo de ida praticamente não pesou para os donos da casa. Alheio à vantagem, o Corinthians fez uma verdadeira blitz no primeiro tempo, pressionando a saída de bola do São Paulo e encurralando Lúcio e Rafael Toloi em sua área. Guerrero e Ralf se destacaram pelos desarmes no ataque, Romarinho chegou a aparecer na cara de Rogério e Danilo distribuiu passes de calcanhar, mas quem se destacou mesmo foi Emerson Sheik. A providencial renovação de contrato, a pouco mais de 24 horas da decisão, parece ter feito muito bem ao atacante. Com liberdade, o atacante infernizou Douglas e Lúcio, irritou Rodrigo Caio e foi o grande armador do Corinthians, mesmo quando o time diminuiu o ritmo, a partir dos 20 minutos. Foi ele quem, aos 36 minutos, apareceu na grande área e cruzou rasteiro para Guerrero. O peruano dominou de costas, girou em Lúcio e a bola sobrou para Romarinho que, iluminado, só teve o trabalho de tocar para as redes e abrir o placar. A festa do camisa 17 foi o alívio contido da torcida, que nos últimos jogos acostumou-se a ver gols perdidos e o castigo rival no contra-ataque. Se para os corintianos o roteiro mudou, o são-paulino viu o mesmo filme mais uma vez. Recuado, o São Paulo foi surpreendido várias vezes pela marcação ofensiva do Corinthians, em lances que denotavam a tal “falta de comprometimento” que a torcida tanto tem reclamado. Sem Jadson, machucado, o time tricolor entrou em campo três volantes e com Ganso na armação, mas não criou praticamente nada. Acuado, mais uma vez recorreu à violência, expediente usado com frequência no Campeonato Brasileiro, por exemplo, torneio em que o time é campeão de cartões amarelos e vermelhos. Na noite desta quarta, Paulo César de Oliveira perdoou algumas das entradas mais duras e até foi lembrado pela torcida por isso, mas quem resolveu o jogo foi mesmo o São Paulo. Com o 1 a 0 contra si, Paulo Autuori resolveu partir para o ataque com Aloísio na vaga de Wellington. Não deu certo. Sem brilhar, o São Paulo ficou preso na marcação alvinegra e abriu espaços em sua defesa. Fábio Santos, aos 20 minutos, só não fez o segundo porque não quis, ao tentar um chute de frente para Rogério Ceni quando tinha Guerrero completamente livre ao seu lado. O susto não acordou o São Paulo. Juan, em mais uma noite ruim, passou a sofrer com Romarinho. O Corinthians, especialmente com Guerrero e Emerson, aproveitou a superioridade para tirar uma casquinha do rival, sempre com um drible a mais ou um toque de efeito. Foi a seriedade de Danilo, porém, que deu números finais ao jogo. Aos 24 minutos, um cruzamento da esquerda encontrou o meia bem posicionado para cabecear para o gol de Rogério, que encostou na bola e mandou na trave. Na sobra, o camisa 20 não perdoou. O apito final foi a coroação de uma noite de nostalgia para a torcida corintiana. Depois de meses desconfiando da sua equipe, as arquibancadas do Pacaembu viram novamente o time consciente e perigoso dos melhores momentos de 2012. A presença de Paulinho, herói das recentes conquistas só aumentou o clima positivo, que teve olé, provocação e exaltação aos campeões em campo. Os próximos meses dirão se foi só um jogo para recordar ou uma mudança, de fato, no espírito da equipe atual, renovada em relação a 2012. Certeza só a de que a noite, para os são-paulinos, foi para se esquecer.

domingo, 14 de julho de 2013

Clubes do Brasil negociaram US$ 190 mi em paraíso fiscal

Clubes de futebol do Brasil movimentaram US$ 2 bilhões (R$ 4,52 bilhões) nos últimos dez anos com compra e venda de atletas ao exterior. Parte desses negócios passou por paraísos fiscais ou por países que integram a lista de suspeitos de apoiarem o terrorismo. A falta de informações também marca parte desses contratos. ■Falta de registro de operações gera multa para 21 clubes do país Entre janeiro de 2002 e dezembro de 2012, foram registradas 4.818 negociações de compra e venda de atletas, de acordo com dados inéditos obtidos pela Folha com o Banco Central, por meio da Lei de Acesso à Informação. Do total negociado nestes dez anos, cerca de US$ 190 milhões foram com paraísos fiscais ou países que integram a lista do Conselho de Segurança das Nações Unidas referente ao combate ao financiamento do terrorismo, como a Coreia do Norte. Todo dinheiro resultante da negociação de um atleta com o exterior precisa ser registrado no BC. Os contratos apresentam informações sobre a origem do dinheiro, quando um jogador é vendido para o exterior. Ou o destino da verba, quando um clube nacional contrata alguém de fora. Segundo os dados do BC, os clubes brasileiros negociaram US$ 14 milhões com as Ilhas Virgens e as Ilhas Virgens Britânicas, dois dos mais famosos paraísos fiscais do mundo. Com as Bahamas, foram duas negociações, que somaram US$ 6,7 milhões. Com a Suíça, foram outros US$ 37,5 milhões. O Atlético-MG, por exemplo, comprou em 2011 os direitos de Guilherme por US$ 6,7 milhões, a quarta maior negociação da história do futebol brasileiro. O jogador pertencia a um time da Ucrânia, mas o dinheiro foi pago a uma empresa suíça. Segundo o clube, "o valor foi depositado na conta e local indicados conforme contrato da negociação". Entre 2006 e 2007, o Palmeiras fez duas compras no Chipre, também considerado um paraíso fiscal, totalizando US$ 7,4 milhões. Entre 2009 e 2011, o Corinthians fez dez negociações com uma empresa do Panamá, totalizando US$ 2,1 milhões. Os dois clubes não responderam aos questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição. Há ainda casos de contratos "fantasmas", nos quais as transações envolvendo clubes no exterior foram registradas como "não informadas" no BC. Técnicos dizem que os dados estão arquivados, apenas não podem ser extraídos por um problema de informática. O banco não respondeu até a conclusão desta edição. LAVAGEM As negociações internacionais envolvendo o futebol passaram a chamar a atenção das autoridades mundiais. O Gafi, órgão internacional de combate à lavagem de dinheiro, produziu um relatório, em 2009, explicando como o futebol se tornou um alvo prioritário global para a lavagem de dinheiro de crimes. Segundo o órgão, entre as práticas mais comuns em países como o Brasil estão o investimento de dinheiro sem origem definida em um time com dificuldades financeiras, vindo do tráfico de drogas, de armas ou simplesmente destinado a, depois de "esquentado", corromper os que "têm destaque político no país". O Gafi listou características do futebol que facilitam a lavagem, entre elas o fato de que os preços podem apresentar forte oscilação; a pouca ou nenhuma regulamentação ou fiscalização; a difícil avaliação quanto ao preço e à qualidade dos jogadores negociados e os poucos casos de punições de clubes, atletas e outros envolvidos. Para Mauro Salvo, autor de "Lavagem de Dinheiro no Futebol Brasileiro" --um dos poucos estudos acadêmicos sobre o tema no país--, a prática é mais "profunda e complexa" do que se pensava. "As transferências são realizadas em todo o mundo, proporcionando amplas oportunidades de lavagem. Além disso, o esporte é essencialmente caracterizado por um elevado grau de imprevisibilidade sobre resultados, o que pode levar a um aumento da tolerância aos pagamentos aparentemente irracionais", disse o economista.