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domingo, 1 de julho de 2012

Em meio a crise e escândalos, Espanha e Itália decidem título

Crise econômica, greves, atrasos nos torneios nacionais, escândalos de corrupção, decepção com times. Os torcedores de Espanha e Itália teriam incontáveis motivos para querer apagar da história esta temporada. Se não fosse a Eurocopa. ■Amiga freira diz que drama moldou Balotelli ■Capitães, goleiros são ícones dos times finalistas ■Veja o especial da Eurocopa As duas últimas campeãs mundiais se encontram neste domingo em Kiev, na Ucrânia, para decidir quem completa a transformação da água em vinho. Ganhar a Euro para os espanhóis significará fazer da Fúria, que até quatro anos atrás era conhecida por amarelar nos momentos decisivos, a maior campeã de todo o continente, ao lado da Alemanha, com três títulos. Gabriel Bouys - 10.jun.12/France Presse O italiano Balotelli (dir.) no duelo da Itália contra a Espanha, na fase de grupos da Euro Será ainda a primeira seleção a faturar duas edições consecutivas do torneio. E ainda com a saborosa vitória na Copa-2010 como recheio e a sensação da construção de uma hegemonia no planeta. Já para a Itália, que só foi campeã continental em 1968, será a prova prática de que o futebol do país não é tão decadente quanto se imagina. A equipe está envelhecida, sente falta de jogadores mais talentosos e não dá sinais de um futuro promissor. Mas já é assim há tempos. E, mesmo nessa linha de trancos e barrancos, continua vencendo. Ser campeão europeu também significará dar alegria, ainda que momentânea, a povos que sentem na pele os efeitos da crise econômica. Os países finalistas estão entre os mais afetados pelo efeito dominó que devastou as finanças do continente. O desemprego atinge quase 25% da população espanhola, e a Itália possui uma gigantesca dívida pública, que equivale a 120% do seu PIB (Produto Interno Bruto). Os reflexos da crise levaram os jogadores que atuam nas duas nações a decretarem uma greve às vésperas do começo da temporada que se encerra neste domingo. A primeira rodada do Espanhol precisou ser adiada. O início do Italiano só aconteceu duas semanas depois do previsto no calendário. Com a temporada em andamento, vieram mais baques. O Calcio descobriu que o esquema de armação de resultados para favorecer apostadores ilegais que parecia restrito às divisões inferiores alcançava também o capitão da Lazio e o técnico campeão nacional com a Juventus. Na Espanha, as armações, por enquanto, estão só no campo das acusações. A rádio Cadena Ser denunciou que pelo menos dois jogos da reta final da primeira divisão foram manipulados e estão sob investigação da Uefa. A decepção também aconteceu dentro de campo. Os espanhóis que imaginavam um épico Barcelona e Real Madrid na final da Copa dos Campeões tiveram que se contentar em assistir a uma decisão local na Liga Europa. Os italianos nem esse consolo tiveram. O Milan, seu representante de melhor campanha nas competições continentais, caiu nas quartas de final da Copa dos Campeões. Mas, para a torcida que puder comemorar o título europeu na tarde deste domingo, noite na Ucrânia, 2011/12 será lembrada como uma das melhores temporadas da história.