Presidente da Fifa: "Tenho certeza de que mais más notícias virão"

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, falou em público pela primeira vez após as prisões de sete dirigentes da entidade, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. Em discurso na abertura do Congresso da Fifa, nesta quinta-feira (28), Blatter apoiou as investigações e pediu para que a confiança na entidade seja reestabelecida. - Nós concordamos que esses são tempos sem precedentes de dificuldade pra a Fifa. Os eventos de ontem lançaram uma sombra sobre o mundo do futebol. Trouxeram vergonha e pediram mudanças. Não podemos deixar a reputação da Fifa e do futebol sofrer assim. É preciso parar agora. O dirigente disse ainda que os próximos meses serão catastróficos para a entidade. — Tenho certeza de que mais más notícias virão. Os próximos meses serão dificeis. Mas serão necessários para resolver tudo isso. A pressão sobre Blatter cresceu nesta quinta-feira com o aprofundamento do escândalo de corrupção na entidade máxima do futebol mundial, à medida que aumentaram as críticas de importantes políticos ocidentais e grandes patrocinadores fizeram alertas à federação. Blatter, que não apareceu entre os investigados na operação liderada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, falou que não tem como vigiar todos os membros da Fifa. — Eu sei que muitos têm a impressão de que muitas coisas erradas aconteceram. Nós não podemos vigiar todos o tempo todo. Mas é minha responsabiliodade consertar as coisas. Não deixaremos que esses eventos estraguem tudo o que a maioria de nós fez. Trabalhamos duro para levar o futebol onde está hoje. Como em todos os lugares da sociedade, os corrompidos existem. Mas são a minoria. Eles serão descobertos e punidos. Não há espaço para corrupção. Opine: Prisão de Marin moraliza o futebol brasileiro? Sobre a votação para presidência da entidade, marcada para sexta-feira (29), Blatter pareceu confiante. Apesar da pressão da Uefa, não deu indícios de que vá se retirar da disputa e ceder espaço para o príncipe Ali, seu ex-pupilo e agora principal adversário na eleição. — Todos no mundo do futebol merecem muito mais. Amanhã, na votação, temos a oportunidade de reconstruir a confiança. Perdemos a confiança mas podemos recuperá-la com ações e comportamentos individuais corretos. Saiba quem é o príncipe que pode se tornar o próximo presidente da Fifa O discurso de Blatter terminou em tom emocional. Ele pediu o resgate do "espírito do futebol" e disse que a maioria dos comandantes da Fifa se envolve em questões políticas por puro amor ao esporte. — É importante que não percamos o espírito do futebol. Espero que ele represente nossa luta para fazer tudo da maneira correta, ainda que alguns de nós caiam pelo caminho. Nós gostamos do jogo do futebol. Não por poder, por dinheiro, mas por amor. Por uma liderança positiva, pela paz.