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sexta-feira, 3 de julho de 2015

"Reviravolta nos contratos de TV salvaria o futebol brasileiro", diz especialista

atual cenário do futebol brasileiro, com monopólios, bastidores, falta de transparência, incoerências, é bom para a literatura, mas não é exemplo a ser seguido no dia-a-dia. Esta é a opinião do escritor Raul Drewnick, que, aos 76 anos, não se surpreende com mais nada que aconteça no esporte mais popular do País. O escritor, que já venceu o tradicional prêmio Vasco Prado, acompanha de perto o futebol desde a infância. Já escreveu 23 livros, alguns relacionados ao tema, como O Goleiro Fantasma, obra de ficção dedicada ao ex-goleiro Barbosa. E fala, sem titubear, que a solução para a credibilidade do futebol tem de vir justamente de alguém que não entende de futebol: um executivo, voltado apenas a questões éticas e administrativas. — Não precisa nem entender de futebol. Não há outro caminho. A primeira ideia para resolver os problemas é dizer que o governo tem de tomar conta. Mas, neste momento, que governo? Depois vem a alternativa oposta de os clubes gerirem. Quem dos clubes iria gerir? É para dar risada também. É complicado, por isso o melhor é alguém que esteja fora do meio. A questão televisiva também é um ponto a ser questionado, na opinião de Drewnick. Ele ressalta que o monopólio da Rede Globo, que há cerca de 40 anos detém o direito de transmissão das partidas no Brasil, deixou os clubes à mercê da emissora. — É inegável que nos últimos anos é a Globo que tem sustentado basicamente os clubes. Com esse domínio, todos têm dívidas com a emissora. E a Globo gosta que eles tenham dívidas. Assim, eles [Globo] ficam atrelados a uma instituição e não só a dirigentes específicos. Quando um diretor assume uma dívida, não é ele que arca, é o clube. É mais do que hora dessa situação ser revertida, segundo o escritor. Para ele o fim do monopólio de uma única emissora poderia abrir importantes fontes de receitas para os clubes. — É mais do que certo que os clubes ganhariam muito mais dinheiro sem um monopólio. Uma reviravolta neste sentido seria como uma salvação para os clubes. E, além disso, a situação ficaria mais transparente. Seria baralho novo, com todas as cartas à vista, em cores. Ele só lamenta que todas as denúncias, muitas já conhecidas, tenham ganhado repercussão por causa de investigações realizadas no Exterior que, no fim de maio último, culminaram com a prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin, entre outros dirigentes ligados à Fifa. — Esta pauta só entrou no futebol por causa das investigações feitas fora do País. Se não houvesse o FBI e outros setores internacionais, não se estaria falando disso. Neste sentido foi uma atitude louvável dos Estados Unidos, apesar de não ser um país isento de problemas com corrupção. Mas, agora que as denúncias estão em evidência, é preciso que se vá pelo menos até o umbigo nas apurações. Não digo nem até o pescoço.

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