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domingo, 31 de agosto de 2014

Papo com Maurício de Sousa reúne gerações de leitores na Bienal

O público extrapolou a Arena Cultural, espaço da Bienal Internacional do Livro de São Paulo que comporta cerca de 500 pessoas, para acompanhar o papo entre Maurício de Sousa, o pai da "Turma da Mônica", e a jornalista Mona Dorf, no começo da noite deste sábado, 30. Na plateia era possível observar desde crianças pequenas até idosos, que presenciaram um evento marcado pela emoção e gratidão – diversos foram os depoimentos de fãs agradecendo ao desenhista pela importância que Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e companhia tiveram ao longo de suas vidas. Em um dos momentos que causou maior surpresa ao público, Maurício revelou que o próximo passo de seus personagens será estrelarem a versão adulta da "Turma da Mônica", com histórias mais sérias. "Para isso terei que me preparar bem". Quando acontecer, será a continuação do grande sucesso que foi a aposta na "Turma da Mônica Jovem", uma das HQs mais lidas do mundo hoje em dia. "Talvez, em alguns momentos, a 'Turma da Mônica Jovem' seja a revista em quadrinhos que mais venda no ocidente. Batemos 'Homem-Aranha', 'Batman' de 3x1", contou. Rdorigo Casarin/UOL Público se aglomera para acompanhar evento com Maurício de Sousa Outro ponto alto foi a participação de um garoto de sete anos que queria saber quando algum plano de Cebolinha daria certo. Maurício riu e disse não ter resposta, mas abriu a possibilidade de um dia isso acontecer. "Não sei como o Cebolinha faria um plano infalível [contra a Mônica]. Talvez quando eles se casarem...". Sobre os 50 anos da personagem Magali, comemorados em 2014, disse que "só vai dar piquenique, banquetes, sanduíches, mas também iremos aproveitar para sugerir alimentos mais saudáveis. Hoje ela seleciona o que come". Para tal, conta que há uma equipe preparando um cardápio que focará em comidas de qualidade, não em grandes quantidades. Falando de seus personagens, diz que eles têm "comportamento que eu gostaria de ver nos meus filhos". E Marcelo, seu filho mais novo, de dez anos, estava ali, na plateia. Maurício contou que em breve ele também deverá estrear na "Turma", que já está até desenhado e terá como principal traço de sua personalidade a preocupação em economizar tudo. "O Marcelo desde pequenininho já mandava eu fechar a torneira quanto escovava os dentes se não a água do mundo iria acabar". Participação intensa na Bienal A mesa foi o ponto alto de Maurício na Bienal, participação que impressiona principalmente pela quantidade de compromissos. Contando com a agenda de amanhã, o desenhista terá comparecido ao Anhembi em seis dias diferentes e participado, ao todo, de 16 eventos – dentre bate-papos, sessões de autógrafos e coquetéis de lançamentos. Só neste sábado, antes de comparecer à Arena Cultural, já havia autografado livros nos estandes das editoras Abrelivros e Girassol e participado de uma conversa sobre graphic novels no Salão de Ideias com Sidney Gusman, Danilo Beyruth, Eduardo Damasceno e Luis Felipe Garrocho. Maurício arrasta fãs por onde vai e essa admiração parece passa de geração para geração, como o variado público na Arena Cultural nesta noite comprovou. Em outra oportunidade, durante uma das mesas de autógrafos, enquanto sorria para cada pessoa que a ele chegava após enfrentar uma enorme fila, chamou atenção um garotinho de não mais que três anos, sentado sobre os ombros de seu pai, que, passando pelo lugar, avistou o ídolo. Como o pai havia sido obrigado a parar por conta da quantidade de pessoas que davam um nó no corredor, o pequeno ficou admirando Maurício. Com os olhos arregalados e brilhando, dizia sem parar, de maneira cadenciada, repetitiva e contemplativa "Olha pai, é ele! Pai, é ele! Olha pai, é ele! Pai...". O encontro, ainda que visual, com o criador daqueles que devem ser alguns de seus personagens favoritos provavelmente ficará por muito tempo na memória do garoto. Aliás, se levarmos em conta os personagens criados por Maurício, a presença do autor na Bienal toma proporções gigantescas. São 27 lançamentos de publicações da "Turma da Mônica" por meio de sete editoras, abarcando desde o livro "Magali 50 anos", sobre a personagem comilona que chega ao seu cinquentenário, até representações das fábulas de Esopo, viagens a destinos católicos e as já tradicionais incursões em materiais educacionais. Além disso, um espaço temático recebe exposições de HQs, quadrões, praça interativa, camarim e lounge com exibição de animações. Por lá que, na tarde de quarta-feira, crianças de diversas idades acompanhavam entusiasmadas uma apresentação de fantoches. Há também a Livraria da Turma da Mônica, estande onde estão disponíveis para venda boa parte dos livros já publicados com os personagens.

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